Quais os benefícios e maiores desafios da utilização da biopsia líquida atualmente? Em palestra no 2º Congresso Virtual da SBPC/ML, o Dr. André Márcio Murad explicou que a avaliação da biópsia, considerada padrão-ouro, é muito utilizada por oncologistas e afirma que em pelo menos metade dos tumores sólidos detectam-se alterações potencialmente acionáveis. A avaliação molecular tem sido imprescindível no tratamento terapêutico dos pacientes.

A tendência é que cada vez mais se possa identificar drogas para alvos específicos por meio do estudo do DNA tumoral. À medida que se fazem os exames específicos, os materiais coletados em biópsias tradicionais vão acabando e a re-biópsia torna-se mais complicada. 

Além disso, no aproveitamento de blocos de parafina, há a restrição de materiais de boa qualidade, consequentemente com dificuldade de recuperação do DNA. A heterogeneidade das mutações em diferentes populações de células também é outro problema.

É comum a biopsia de agulha fina não detectar uma quantidade ideal de material. 

Metástases diferentes têm diferenciadas assinaturas genômicas. 

“Se fizer uma biopsia única, observa-se uma parte do problema e não ele todo. Com a biópsia líquida, é possível observar de maneira global”, explicou o médico.

O DNA tumoral circulante é a técnica mais usada, fornecendo em grande parte informações de prognóstico. Eventualmente, utiliza-se RNA.  

O médico salienta que o grande desafio da biópsia líquida é que ela trabalha com uma quantidade pequena de DNA (cerca de 10 microgramas). Por isso, a análise precisa ser extremamente sensível. Outros desafios existentes em relação ao uso da biópsia líquida são a existência de falsos negativos e o custo que ainda é elevado.