O curso pré-congresso enfatizou o conceito
Maria Lúcia Rabello, farmacêutica bioquímica e especialista em gerenciamento de riscos, fez a abertura do curso “Gestão de Riscos e Segurança dos Pacientes” enfatizando a importância de sensibilizar o conceito de gestão de riscos para atingir os resultados. A especialista ressaltou que o risco é parte do dia a dia de todos e que estamos sempre sujeitos a positivos ou negativos, diante das incertezas que temos para viver uma vida com mais qualidade.
O curso teve como objetivo disseminar a cultura voltada para os riscos, dar amplitude e profundidade para os sistêmicos e empoderar a governança para o gerenciamento dos riscos e segurança dos pacientes.
O não gerenciamento dos riscos tem um impacto direto e indireto na segurança dos pacientes, nas pessoas envolvidas, no meio ambiente, na reputação e sustentabilidade do empreendimento.
“É importante que a gestão de riscos, sejam eles ambientais, ocupacionais, legais/jurídicos ou da segurança da informação, não fiquem apenas no conceito e saia do papel, do treinamento e passe para a empatia. É necessário envolver todo o grupo de profissionais do laboratório”, comentou Elaine Faria, Gestora da Qualidade e Segurança do Laboratório Santa Izabel.
Ser tratado com respeito, dedicação, humanidade e sem preconceito por todos os colaboradores é direito de todos os pacientes, assim como ser identificado e tratado pelo nome e sobrenome e não por códigos ou números. A privacidade, individualidade e integridade física devem ser asseguradas em qualquer momento do atendimento. A executiva afirmou ainda que a segurança deve ser um pré-requisito e não uma norma.
“Comprometimento da Alta direção” foi a palestra ministrada por Adriano Basques, coordenador do comitê de informática laboratorial da SBPCA. O executivo falou sobre a importância do comprometimento da alta direção do laboratório com o planejamento estratégico, as aplicações, governanças, boas práticas e políticas de proteção dos dados para evitar vazamento de informações, já que cada vez mais os laboratórios precisam cuidar dos dados internos e dos pacientes. A falta de planejamento e a ausência do gerenciamento dos riscos impactam no atingimento dos resultados.
A nova lei geral de proteção de dados (LGPD) que entrará em vigor no próximo ano, criará multa por vazamento da informação e exigirá o tratamento de dados pessoais, inclusive em meios digitais, com a finalidade de proteger os direitos individuais e fundamentais da privacidade.
O prazo para adequação se encerra em 16 de agosto de 2020. O tratamento dos dados pessoais somente poderá ser realizado se estiver em conformidade com uma das bases legais previstas na lei. A lei apresenta relevantes princípios para nortear o tratamento de dados pessoais, como finalidade adequação, necessidade e transparência. As empresas devem adotar medidas de segurança, governança e boas práticas.
A base de dados é o ativo mais importante para os negócios de uma empresa. E é através da governança da informação e dados que uma organização poderá alavancar informações, desenvolvendo estratégias e políticas que otimizam e protegem os dados, desde a coleta, tratamento, armazenamento e descarte. A governança leva em consideração as políticas da empresa, os processos, a organização, gerenciamento de riscos, tecnologia aplicada, a qualidade dos dados e as práticas regulatórias.
“É necessário entender a importância da oficialização dos dados. Quais são os dados “oficiais” ou “oficiosos” para fazer a governança”, afirmou Elaine Faria.
A empresa pode ter o melhor sistema, práticas e políticas, mas existem pessoas no processo e é preciso considerar o fator humano para alcançar os resultados. Os profissionais precisam ter o pleno entendimento das regras, aplicar a teoria na prática, serem sensibilizados para cumprir todas as etapas do processo e seguir as determinações da empresa.
O Biomédico Roberto Joji Kimura,k ressaltou a importância de criar uma “Cultura Justa” para que os profissionais da linha de frente sintam-se confortáveis relatando erros, por exemplo, já que mesmo profissionais competentes cometem erros. Para pôr em prática esta cultura, a empresa deve fazer o monitoramento dos processos de riscos, mensurando consequências, uso de procedimentos inadequados, normatizando de forma clara e objetiva as punições para as violações e deixando claro para todos qual é o comportamento não tolerado. Entretanto, cabe ao profissional estar alerta aos seus limites, ser gestor de si mesmo, ser produtivo e entender o propósito dela dentro da instituição.